sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Coreografia surreal

Esta coreografia da música Pumped Up Kicks - Foster The People (Dubstep Remix) executada pelo dançarino Marquese Scott chega a ser surreal. É indescritível...


O perfil dele no Facebook é https://www.facebook.com/nonstopmarquese

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A imagem de 2012


Penso ser esta esta foto de André Dusek/AE uma das que melhor sintetizam o que foi o ano de 2012 no Brasil. 
Como analisou Augusto de Franco, "A disposição corporal das duas pessoas. A (única) mão que aparece. O corte das bocas. Os semblantes.". 
Realmente, uma foto pode valer mais que mil palavras...




 Abaixo um excelente texto de Raul Maciel que descreve o "Mensalão" usando Kafka e Dostoiévski...

Jorge Ifraim

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Kafka envolvido no Mensalão


Iniciado no dia 2 de agosto o julgamento do Mensalão está na sua reta final. Foram muitas sessões – todas disponíveis no canal do Supremo Tribunal Federal (STF) no YouTube – e, contrariando muitas das expectativas de quando o escândalo do Mensalão estourou, muitos dos envolvidos irão mesmo “pagar” pelos seus crimes.

 

Em tempos de redes sociais é claro que esse julgamento acabou ganhando o seu espaço e dois Ministros do STF acabaram aparecendo com mais destaque que José Dirceu e outros acusados. Esses dois Ministros apareceram em várias imagens compartilhadas, principalmente pelo Facebook, e por razões opostas: por um lado, o Ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, ao votar pela condenação em quase todos os casos logo virou uma espécie de herói, ganhando o apelido de “Batman”, sendo a sua toga apontada como a capa do personagem Batman; por outro lado, o Ministro Ricardo , revisor do processo, caminhou na contramão da opinião pública ao votar pela absolvição diversas vezes, e acabou virando uma espécie de vilão.
Durante as várias sessões foram citados Chico Buarque, Cazuza e Fernando Pessoa. Os advogados de defesa também não economizaram termos ao se referirem às acusações: enquanto um disse que elas eram “fruto de criação mental do acusador”, outro preferiu dizer que se tratava de um “ilusionismo jurídico”. Criatividade não faltou e até os nomes de Rita e Carminha, da então novela das oito, foram citados. E Kafka também marcou presença!
No dia 3 de outubro, ao dar o seu voto sobre a acusação a José Genoíno, de corrupção ativa, Lewandowski afirmou que o Ministério Público não havia reunido provas contra Genoíno e então disse que “o réu viu-se obrigado a enfrentar a kafkiana tarefa de defender-se de acusações abstratas e impessoais” (o voto de Lewandowski pode ser conferido nesse vídeo – a referência a Kafka é a partir dos 28min). Com direito ainda a um “Quem não leu ‘O Processo’ de Kafka?”, Lewandowski votou pela absolvição de Genoíno. Mas parece que os demais Ministros não viram assim tanta semelhança entre a situação de José Genoíno e a de e votaram pela condenação.
Antes disso Kafka já havia aparecido pelas sessões do julgamento do Mensalão. O advogado de Ayanna Tenório disse que a acusação a ela era kafkiana. “Rigorosamente nenhuma conduta é imputada a Ayanna. Nenhuma conduta”. Ayanna foi absolvida das três acusações.

 

Temos ainda muitos outros casos. O já aposentado ministro Eros Grau também recorreu ao termo em 2005. O Ministro Marco Aurélio Mello já usou a expressão algumas vezes, sendo uma delas durante uma sessão referente à Operação Furacão (nome dado à operação montada entre 2006 e 2007 para investigar um esquema de exploração e favorecimento de jogos ilegais – cujo resultado foi a prisão de bicheiros e empresários, além de magistrados e policiais envolvidos). E estes são apenas alguns exemplos entre os que eu consegui identificar. O melhor exemplo talvez venha de José Sarney: mais de uma vez ele já declarou se sentir como uma vítima de um processo .

 

Mas o que é que Kafka tem a ver com o Mensalão e o que é uma situação ou um processo kafkiano? Uma das definições de “kafkiano” de acordo com o Dicionário Houaiss é: “que, de forma semelhante à obra de Kafka, evoca uma atmosfera de pesadelo, de absurdo, especialmente em um contexto burocrático que escapa a qualquer lógica ou racionalidade”. Para quem leu as obras de Kafka (“O Processo”, “A Metamorfose” e “O Castelo” principalmente, mas também os seus diversos contos) fica fácil compreender o significado; e para quem ainda não leu eu deixarei as coisas um pouco mais claras.
(Para ajudar a compreensão do termo, coloco aqui um trecho do livro “Cronistas do absurdo: Kafka, Büchner, Brecht, Ionesco”, de Leo Gilson Ribeiro: “No cosmos kafkiano tudo é possível, o medonho, o absurdo, a loucura, a crueldade, a injustiça – ou a justiça que nós seres humanos não podemos compreender – estão sempre latentes, vigiando-nos, à espreita do nosso primeiro momento de distração para saltar sobre nós, suas presas indefesas.”)
Essa referência a Kafka, que é feita não raramente no meio jurídico, é baseada principalmente no livro “O Processo”, que ele começou a escrever em 1914 e que foi publicado apenas postumamente, em 1925.
Trata-se da história de Josef K., que no dia do seu aniversário de 30 anos acorda com a entrada de um homem em seu quarto. O livro começa com a frase “Alguém certamente havia caluniado Josef K., pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum.” e já no primeiro capítulo ele se esforça para tentar arrancar dos guardas alguma resposta: qual o motivo que os levara ali?, qual o motivo para ele ser detido?, do que ele estava sendo acusado?, quem o estava acusando? Tudo em vão.
Kafka escreveu os capítulos de maneira separada. Às vezes começava um capítulo sem ter terminado o anterior (e o fazia ora no mesmo caderno, ora em cadernos diferentes) e alguns capítulos não foram terminados. Os textos Kafka entregou ao seu amigo Max Brod, que em vez de atender ao pedido do amigo e queimar os seus manuscritos, preferiu publicá-los. Hoje se percebe muitos erros na ordem dos capítulos estabelecida pela edição publicada por Max Brod. Mas o interessante é que isso não altera substancialmente a leitura d’“ O Processo”: os capítulos não estão ligados sucessivamente, não há uma ordem exata da história. Ou seja: não é necessária uma construção correta e sequenciada dos capítulos para que a história se resolva como tem que ser simplesmente pelo fato de que a história não tem uma resolução como seria de se esperar


 

Josef K. se vê então sofrendo um processo sobre o qual nada sabe, tendo que comparecer ao Tribunal e tentando se defender sem saber exatamente do quê e tendo a certeza de não ter infringido as leis (as quais ele não conhece e às quais ele não tem acesso). Os funcionários – e, em consequência, todo o sistema que o julga – diversas vezes se demonstram propensos à corrupção e entregues à ineficiência. A tensão que marca cada passo de K. é impressionante principalmente pelo fato de o processo não ser esclarecido ao longo do livro.
Kafka era formado em Direito e trabalhou anos para uma companhia de seguros contra acidentes de trabalho, e a partir disso é fácil perceber que a burocracia (tão marcante n’”O Processo”) era característica comum na vida de Kafka. Mas o que não quer dizer que o livro seja um reflexo da sua vida – como “A Metamorfose” e os demais textos dele, este livro tem diversas interpretações (teológicas, políticas, psicanalíticas, entre outras) e seria um grande erro querer analisá-lo do ponto de vista do caráter biográfico.
Muitos especialistas identificam neste livro uma clara e direta relação com “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, e uma grande semelhança no modo como Raskólhnikov e Josef K. lidam com a culpa que lhes é atribuída. Há uma importante diferença, porém: o personagem dostoiesvskiano comete um crime e é, portanto, ciente da sua culpa; enquanto o personagem kafkiano não tem culpa – pelo menos é o que ele alega – e não sabe por qual motivo está sofrendo um processo.
Entende agora o que o advogado de Ayanna Tenório quis dizer quando afirmou que a acusação a ela era kafkiana? É possível ver em “O Processo” uma inversão na lógica de “era culpado, por isso foi punido” para um ilógico “foi punido, então era culpado”. O princípio de que todos são inocentes até provem o contrário já não parece tão certo n’”O Processo” e Josef K. é empurrado (ou será que ele se atira?) para esse caminho da culpa. É assim, portanto, que podemos compreender quando Lewandowski disse que “o réu viu-se obrigado a enfrentar a kafkiana tarefa de defender-se de acusações abstratas e impessoais”, pois essa “kafkiana tarefa” é o que Josef K. enfrenta de uma maneira que me parece a mais angustiante possível.
E se você ainda não leu “O Processo”, mas agora pretende fazê-lo o mais breve possível, então eu te desejo uma boa leitura kafkiana.


Buscas: iw livroseafins com josef-k, kafka với cuộc chiến chống phi lý


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Mundo é dos Loucos

Sensacional homenagem ao Corinthians e à FIEL pela conquista do Mundial de Clubes 2012 no Japão
(feita por Charles Fernandes).


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vamos mudar o mundo


Formando uma "Corrente do Bem".

Musica: Give A Little Love - Noah and The Whale

"Amarás teu próximo como a ti mesmo" - MT 22,39
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Mateus 22:39
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Mateus 22:39


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A casa do Oscar

Trecho extraído do DVD "Chico e as cidades" em que Chico Buarque de Hollanda fala sobre seu amigo Oscar Niemeyer. Um profissional único - e também um grande homem.
Uma homenagem ao genial mestre - e tudo o que significa para o mundo e para os brasileiros. Nos seus traços, o erudito e o popular se fundiam - recebendo um outro nome: BELEZA.


A casa do Oscar

"A casa do Oscar era o sonho da família. Havia um terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar.
Mais tarde, em um aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira.
Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e saí batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar!
Pois bem, internaram-me em um ginásio em Cataguases, projeto do Oscar. Vivi seis meses naquele casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo.
Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar.
Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é casa do Oscar".

O mesmo poema foi apresentado na edição de 06.12.12 do Jornal "Bom Dia Brasil" da Rede Globo, com narração de Beatriz Thielmann:
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/12/chico-buarque-homenageia-o-amigo-oscar-niemeyer-com-depoimento.html 


POEMA DA CURVA

Não é o ângulo reto que me atrai,
Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual.
A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios,
nas nuvens do céu,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo,
O universo curvo de Einstein.


Oscar Niemeyer


E a abertura da minissérie "JK" da Globo de 2006 (1ª E 2ª fase)




Ilustração do Kau Mascarenhas:



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Encontre Sua Grandeza

Porque grandeza não é para os escolhidos, ela é pra todo mundo que decide ir atrás dela. E, como disse meu amigo Bruno Cobbi, "você nem precisa de um #Nike no pé pra isso.. ". #grandeza


Faz tempo que a gente fala que Deus é brasileiro.
E que não é a gente que traça o nosso destino.
A real é que grandeza não é um presente que cai no colo.
Porque grandeza não vem de cima.
Vem do nosso esforço.
Do nosso suor.
E da nossa vontade de ir atrás dela.